Identidade e unidade

Desde a morte de Mar Crisóstomus, em 1996, buscamos sempre estabelecer relacionamentos com a Santa Sé Patriarcal. Nesse período, muitas iniciativas foram feitas para que não pudéssemos perder o vínculo da unidade com o patriarcado sírio-ortodoxo de Antioquia. O patriarca Mar Ignátius Zakka I Iwas sempre se demonstrou zeloso com a missão entre os brasileiros, principalmente porque não havia nenhum delegado patriarcal no Brasil. Nesse mesmo ano, Mar Gregórius Yohanna Ibrahim esteve no Brasil, primeiramente para participar do Congresso Mundial das Missões Evangélicas e, num segundo momento, para reunir-se, em São Paulo, com os membros da Igreja Tradicional no Brasil e com a “Igreja Missionária” (SURYOYE, 1996, p. 2). 

Durante um longo período, a “Igreja Missionária” no Brasil foi acompanhada e observada, conforme observamos, conforme à ordem sequencial abaixo, por vários representantes patriarcais, cujos relatórios eram, de quando em quando, enviados à Santa Sé Antioquina: 

 

        a) Abuna Monge Moussa Salama (Sagrado Arcebispo para Missão do Brasil, com o título de † Mar Crisóstomus) como Delegado Patriarcal; 

          b) Mar Gregórius Yohanna Ibrahim (Arcebispo de Aleppo, na Síria); Abuna Antonio (pároco de Zeida na Síria); 

         c) Abuna Monge Elezer Al’nemeh (atual Mar Silwanos Petrus Issa Elnemeh, Arcebispo de Homs e Ramá na Síria) como Delegado Patriarcal;

          d) Monge Afron (pároco da cidade de Córdoba na Argentina); 

 

          e) Mar Sevérius Malke Mourad (Arcebispo de Jerusalém, da Jordânia e na terra Sagrada); 

          f) Mar Kyrillos Aprehm Karim (Arquidiocese dos EUA); 

          g) Abuna Monge Gabriel Dahho (pároco de São Paulo da Igreja Sirian Ortodoxa Santa Maria);

          h) Monge Saliba; 

          i) Abuna Monge Paulo Georges Hanna como Delegado Patriarcal para a Missão no Brasil e Argentina nos anos de 2000 a 2001 (conforme Bulas Patriarcais n. 169/2000 de 03/03/2000 e n. 405/2001 de 19/10/2001); 

 

         j) Monsenhor Antonio Nakkoud como Delegado Patriarcal e Legado Apostólico da Missão do Brasil durante os anos de 2009 a 2012 (conforme Bula Patriarcal n. EE-273/7 de 28 de maio de 2007); 

          k) Mar Titus Paulo George Hanna sagrado arcebispo, em fevereiro de 2012, para atuar na qualidade de Núncio Apostólico para assuntos evangélicos da Igreja Sirian Ortodoxa no Brasil (conforme Bula Patriarcal n. 159/2012 de 28/02/2012). 

BRASIL E DAMASCO: Uma única Igreja

Assim como o texto bíblico de Josué (22, 26-27), não só os representantes oficiais do patriarcado vieram até nós, mas nós também fomos até eles no intuito de buscar a unidade da Igreja e o vínculo com a Santa Sé Patriarcal. Nossa história foi marcada por várias visitas pastorais à Damasco, Síria. Em 1988, Mar Basílius Leolino Gomes Neto, juntamente com Mar Crisóstomus Moussa Matanos Salama, estiveram em Damasco, Síria. No ano de 2001 e, consequentemente, em agosto de 2005, Mar Basílius Leolino Gomes Neto viajou sozinho ao Oriente, a fim de tratar assuntos relacionados à Igreja no Brasil.

A quarta visita se deu, entre os dias 14 a 20 de maio de 2007, com a delegação brasileiras composta com os bispos, padres, esposas e membros-fieis da Igreja, liderada por Monsenhor Antonio Nakkoud, delegado patriarcal. No dia da Festa de Nossa Senhora sobre as colheitas, o patriarca, definitivamente, reconheceu a “Igreja de Missão” como uma Igreja, genuinamente, “Sirian Ortodoxa de Antioquia” e, consequentemente, o reconhecimento dos seus dois bispos representantes da Igreja Sirian Ortodoxa no Brasil. Nesse mesmo dia, nos “deu a mão em comunhão, seguido de oração consacratória (canônica), em aramaico e imposição das mãos nos bispos Mar Basílius Leolino e Mar Efrém José Faustino (conforme bulas Patriarcais n. E-301/11 e E-300/11 de 06/11/2011), na presença de Mar Pheloxenus Mattias Nays (Assistente Patriarcal), Eclimis Daniel (Beirute), Mar Silwanus Boltros Elmaneh (Homs, Síria), reconfirmando como bispos da Igreja Sirian Ortodoxa no Brasil.

No período de 02 a 09 de novembro de 2011, fomos recebidos pelo Patriarca em três audiências, na Santa Sé Patriarcal, pela quinta vez. As audiências foram acompanhadas pelas presenças dos arcebispos Matias e Silvanus e dos monges Paulo George Hanna, Monge Kirillos e Cristiano Lopes. Nesse encontro, Sua Santidade, Mar Ignátius Zakka I Iwas, dirigindo a fala aos nossos bispos, disse que “Os senhores são Pedro e Paulo do Brasil”. Em sua última alusão, conforme consta no parágrafo último da Ata do dia 06/11/2011, ainda acrescentou: “Não esqueçam essa data!”. Solicitou que dessem conhecimento desta Ata a todos no Brasil, desejando-lhes sua atenciosa bênção apostólica.